segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Decida-se ou Devoro-te

Há momentos na vida em que precisamos decidir algo. Estes são terríveis martírios! Até então você estava vivendo uma experiência, aproveitando o que ela te proporcionava, e chega ao ponto em que algo precisa ser resolvido em prol de uma possível continuidade ou de um fim. A magia acaba, a razão se compromete pela dúvida, os olhos se encharcam rotineiramente, os ombros pesam. Há um tijolo dentro do seu cérebro que precisa ser removido, o peso daquela decisão que precisa ser tomada não lhe deixa mais nem dormir, mesmo quando você está com sono. Tudo pesa. 

Não há recuo, você já andou demais. Não há um ponto de chegada próximo, sem que você escolha um dos caminhos da bifurcação à sua frente. Parece uma grande peça que o destino lhe prega. E você se sente inútil, ou mesmo isento de uma inteligência considerável, já que não consegue ver as coisas de outra forma. Você está envolvido demais naquela situação. 

Ninguém de fora lhe dá uma resposta aceitável. Ou um conselho chave. É como se só dependesse de você, do seu frágil e duvidoso emocional, daquilo que você acredita ser o melhor. Dois pesos, duas medidas. As consequências não são pesadas devidamente até que você decida, porque não há como prever o futuro. É o ponto cego. Ou vai e paga pra ver, ou não e é cobrado mesmo assim. Uma hora a conta chega, e mesmo havendo a opção de acúmulo de contas, você arcará com todas elas. Talvez o ideal seja pagar na data de vencimento mesmo, sem juros. Será?

E a ilusão de que talvez mais na frente você tenha melhores condições de pagamento, de parcelamento, ou de anulação. Nada lhe é garantido, prometido, assegurado. Não há contrato de resolução. Passo a passo ou termos de condição.

E você, cansado de analisar ou planejar tudo, vai e decide pagar pra ver. Pagar a vista, de uma vez só. Desembolsa sua coragem, sua determinação, o que você acredita ser a melhor decisão. Sem imaginar mais quais serão as consequências, você chuta o balde. Chuta o pau da barraca. Joga as cartas na mesa. Põe tudo em pratos limpos. Se expõe. 

E no fim das contas, resta-lhe o saldo zero. Você gastou tudo o que tinha. E o início do caminho escolhido ainda não lhe dá nem a possibilidade de enxergar se, pelo menos num futuro próximo, haverá novamente um saldo positivo em sua conta para novos comprometimentos. Ainda é cedo para saber. Mas já estava em cima da hora para pagar. Resta-lhe caminhar.


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Eu sou hipócrita

Vivo defendendo a ideia de que as pessoas devem ser mais tolerantes, mas ando beirando a intolerância com alguns.

É fácil conviver num lugar onde todos pensam igual. Por isso, em alguns momentos, eu acabei me acostumando, já que convivo muito (graças a Deus) com gente de cabeça boa, mente aberta. 
Mas eu preciso tomar cuidado, porque bons modos e boa educação são contagiantes, e me deixam num estado de ânimo, satisfação e esperança de que o mundo tem jeito. 
Só que como não posso estar somente com essas pessoas nesses lugares, também entro em contato com aquelas de pensamento pequeno, reduzidas à uma verdade, defensoras de causas e enquadramentos que consideram ser o certo, e eu adoeço. Já me vi querendo aconselhar, abrir os olhos delas, etc. Mas essa posição não me cabe. 

O que eu preciso aprender é a não me afetar por completo.
 
Em minha defesa, preconceito eu sei que é algo que nunca vai deixar de existir. Eu tenho preconceitos. Só não dá pra aceitar discriminação. Só não dá pra aceitar julgamentos ofensivos, abusivos, sem noção. 

Então, humildemente, gostaria de fazer um pedido:
Enquanto eu não aprendo a lidar com esses comentários desnecessários, separatistas, abusivos, ofensivos, etc., não o façam perto de mim. Só isso. Por agora, enquanto sou imatura. 
Só enquanto eu acho que não há necessidade de definir toda e qualquer pessoa em uma "categoria considerada errada". Só enquanto eu aprendo a não responder à esses comentários ironicamente porque pra mim, já deu.

Por que ainda não tenho paciência o suficiente pra me calar. 

É uma fraqueza minha, eu sei. Minha mãe me ensinou que eu deveria ser educada e me calar diante de situações desagradáveis e/ou ofensivas. Isso eu ainda não aprendi.


#nãotireobatomvermelho