A vida, em suas eventualidades, brinca o tempo todo com a gente. Não nos permite encaixes completos, nem superação em prol de esquecimentos. Nós até nos organizamos em virtude do passar do tempo, por vezes somos obrigados a guardar lembranças, mas quem dirá o que realmente é passado já que muitas vezes revive o tempo todo na memória?
Esses dias me peguei querendo organizar minha mente, por ordem na casa, separando e encaixotando tudo em seu devido lugar. Aparentemente, algumas coisas tomaram rumo, outras foram de vez deixadas de lado, mas quando se trata de pessoas e lembranças, é impossível organizar por completo.
Ninguém respeita de verdade a lembrança do outro. Há momentos que o não reconhecimento de seu lugar trás a tona gente que nem deveria, sem nenhum controle de qualidade. E pronto, temos que lidar com isso. Temos que ser educados, talvez, ou convidar ao retiro. Mas só esse retorno de pessoas já idas mexe com o que havia de fato sido encaixotado. A caixa abre de outra maneira, e o que antes cabia lá dentro precisa ser reorganizado por causa das novas lembranças daquele passado presente.
Há momentos que é impossível organizar completamente o lugar das pessoas na nossa vida. Já que não depende só da nossa vontade, mas da vontade dessas outras pessoas também. Resta aprender a lidar com cada caixa, remexendo ou trocando o rótulo de vez em quando, numa renovação de estoque sem fim.
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