sábado, 1 de agosto de 2015

Depois de mais de 3 mil quilômetros...

Escuta enquanto lê!


Entre decidir ir, planejar, juntar dinheiro e viajar há um enorme intervalo, essa parte durou três meses, um tempo relativamente longo que me fez não atentar muito para a chegada da data, assim como não ficar ansiosa, pois a meu ver sempre havia muito tempo até lá. Serviu também para que eu não criasse grandes expectativas, e o fato de assumir que eu iria sozinha me fez pensar que tudo que desse certo seria lucro.

A principio, a viagem seria em função do II Congresso de Psicologia e Fenomenologia, e a ideia de ir surgiu do grupo de estudos e base de pesquisa nesta área, do qual faço parte. Porém, não consegui conciliar minha viagem com a de ninguém do grupo, uns não foram, outros já haviam planejado com outros... enfim, decidi que mesmo assim iria e aproveitando, uniria às férias que eu não teria se não fosse por isso. Tornei então essa viagem algo que já tinha vontade de fazer e que, inclusive, estava na minha lista de 30 coisas pra fazer antes dos 30: Fazer uma grande viagem sozinha.

O que eu não esperei é que conheceria um grupo de pessoas excepcionais que tornariam minha viagem tudo, menos solitária. Houve os que chegaram primeiro, outros que se aproximaram depois e existem os que passaram da experiência de lá para os dias que se sucedem a partir de agora. 

Vivenciamos experiências e mais experiências durante o percurso da nossa vida, isso é fato. Mas algumas nos fazem sentir que, depois delas, nossa vida não é mais a mesma. E foi isso o que eu senti. Eu não sei se foi pelo fato de eu ter desafiado a mim mesma em todos os sentidos e ter obtido sucesso, ou se foi pelo fato de eu ser uma pessoa muito intensa e aberta. Só sei que parecia que eu estava em perfeita sintonia, a ponto de me sentir fazer parte daquele lugar, assim como da vida das pessoas que conheci lá.

Eu era a mesma Malu de sempre, ao mesmo tempo renovada pelo encontro com o lugar e com as pessoas tanto de lá quanto de outros lugares. O universo, para mim, estava em sintonia com as minhas vontades. Tudo, absolutamente tudo que planejei eu fiz, e mais uma porção de coisas que eu não planejei, também. E, entre estas e aquelas, as que não planejei foram as mais incríveis. 

Eu me senti feliz, de verdade. Uma felicidade genuína, que me fez não querer mudar nada porque todas as escolhas me trouxeram até aqui e este aqui é onde me parece ser o melhor em que eu poderia estar, dentro das minhas possibilidades. 

Um grande amigo me disse que essa viagem seria para mim um divisor de águas, em virtude de uma leva de situações complicadas que eu havia passado nos últimos 3 meses, e ele nunca esteve tão certo. Viajar é uma experiência incrível, que nos tira da nossa zona de conforto, nos faz sentir que o nosso lugar não é melhor que o outro, aprendemos mais sobre nós mesmos, e aprendemos inclusive a voltar. Há o que é bom em casa, há o que é bom lá fora. Se isso puder ser unido, perfeito.

Não digo que tudo será um mar de rosas a partir de agora, já que estou no mundo e dele sofro influência, tanto positiva quanto negativa. Mas posso afirmar que estou me sentindo como há muito tempo não me sentia, e a sensação de vivacidade, de que algo despertou dentro de mim, esta me acompanhará por todos os dias, e talvez até me ajude a passar pelas próximas situações conflituosas. Afinal, a vida é isso, não é mesmo?


Resta-me o sentimento de gratidão à Curitiba e à todas as pessoas que fizeram parte dessa experiência. Eu espero, honestamente, poder voltar logo e reencontrar todos aqueles que fizeram dessa viagem um dos momentos mais importantes e incríveis da minha vida até hoje. 

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